quinta-feira, 11 de junho de 2009

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domingo, 8 de fevereiro de 2009

Quando o talento nasce aos pares

Se ter um familiar com talento especial para o desporto já é uma raridade, ter dois que sejam gémeos é ainda mais invulgar. No passado fim-de-semana, os irmãos norte-americanos Bob e Mike, da família Bryan, estiveram novamente em destaque ao conquistar a edição de 2009 do Open da Austrália, realizado em Melbourne.

Mesmo depois de perderem a liderança do ranking mundial de pares, os gémeos Bryan continuam a ser a dupla mais famosa do quadro e conseguiram recuperar a posição cimeira após a terceira conquista do Grand Slam australiano e o sétimo no total.

No entanto, os gémeos Bryan não são caso único no desporto mundial. Na NBA (Liga Profissional de Basquetebol Norte-Americano), o draft de 2008 ficou marcado pela escolha de gémeos. Brook López foi a 10ª escolha e actua nos New Jersey Nets, enquanto o irmão Robin foi a 15ª e joga pelos Phoenix Suns.

Também no futebol, os casos sucedem-se. A selecção da Holanda contou com os irmãos Frank e Ronald de Boer, que chegaram a actuar ambos no Ajax e no Barcelona. Já em Portugal, os casos são vários, mas o mais mediático foi o dos irmãos Castro (Domingos e Dionísio), que se notabilizaram no atletismo.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Globetrotter futebolístico

Podemos falar de Jardel. Podemos falar de Ronaldo. Podemos falar de Abel Xavier ou até mesmo de David Beckham, mas a verdade é que não há jogador que possa chegar aos calcanhares do alemão Lutz Pfannestiel. Eventualmente, alguns de nós já teremos ouvido falar neste futebolista que, aos 35 anos, já jogou em 24 clubes diferentes de cinco continentes.

Depois de passagens por Alemanha, Malásia, Inglaterra, Bélgica, Malta, Singapura, África do Sul, Finlândia, Austrália, Áustria, Canadá, Noruega, Albânia e Brasil, o germânico regressou este ano à Noruega para assinar um contrato de jogador-treinador com um clube da III Divisão Nacional chamado Oslo Mangerud Star... de estrela. Como não podia deixar de ser, facilmente Pfannenstiel conseguiu colocar o nome na rota dos jornais de todo o Mundo que já conhecem de que Pfannenstiel é capaz.

Tendo em conta a separação continental da FIFA, de separar América do Norte e América do Sul, o guarda-redes é mesmo o único a actuar nos seis continentes. "Não foi algo planeado e foi verdadeiramente aleatório, mas fico orgulhoso da marca", explicou.

Apesar de grande parte da carreira ter sido passada em representação de clubes tão modestos como o Mem Martins ou o Bensafrim em Portugal, Pfannenstiel teve algumas passagens honrosas por Wimbledon, Nottingham Forest ou Orlando Pirates.

Aproveitando o mediatismo que vai tendo, o agora treinador-guarda-redes já tem um objectivo nobre tal e qual as principais vedetas do desporto. Até 31 de Dezembro deste ano quer organizar um jogo com antigas estrelas do futebol na... Antárctica, o único continente que lhe escapa.

O registo não fala de qualquer tentativa de ser dos primeiros turistas espaciais à Lua ou a Marte, porque a avaliar pela ambição, parece que seria algo a ter em conta.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Sentido moral e cívico

$17,388,430 por ano. É este o valor anual do contrato do basquetebolista norte-americano de que trata este artigo. No campo desportivo é considerado um dos melhores, já atingiu o ponto mais alto da carreira e prepara-se brevemente para atingir o topo de várias estatísticas. Trata-se de Ray Allen dos Boston Celtics.

No entanto, é muito mais do que um multimilionário com jeito para enfiar a bola no cesto. Dentro da equipa tem-se revelado um pilar também no sentido moral e cívico, com um tremendo sentido de responsabilidade e respeito pela História. Talvez por isso insista em levar os companheiros de equipa (Milwaukee, Seattle e Boston) ao museu do Holocausto cada vez que vai jogar a Washington.

Defende que é importante para cada um ter noção do que o ser humano é capaz e o reconhecimento do genocídio poderá ser decisivo na formação do carácter.

No entanto, Ray Allen não é apenas isto. Na semana passada foi um de muitos atletas profissionais que fez tudo o que estava ao alcance para assistir a um momento histórico: a tomada de posse de Barack Obama, para onde se deslocou com um dos responsáveis dos Celtics, Steve Pagliuca.

Segundo o homónimo do antigo guarda-redes italiano, os dois estavam "precisamente no meio a cerca de 150 jardas". "Pudemos ver tudo e foi um momento muito emocional para o Ray Allen", confidenciou.

"Isto é um exemplo para o país. Demonstra todas as possibilidades para alguém que seja competente e trabalhe no duro. Saber que é possível chegar ao ponto mais alto e transformar-se num exemplo para todos", admitiu Ray Allen, segundo Pagliuca.

Assim que o momento histórico chegou ao fim, Ray Allen entrou num avião e viajou para Miami, no extremo sul da costa leste, para regressar a um quotidiano que já tem mais de 900 jogos.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Quebra de barreiras

Na semana em que o Mundo foi notícia pela tomada de posse do primeiro presidente negro nos Estados Unidos, o Qatar deu um enorme passo para a quebra de uma barreira: o estatuto da mulher.

No próximo mês, de 8 a 10 de Fevereiro, realiza-se em território qatari a Ladies Tour of Qatar, prova de ciclismo que reúne 15 equipas de cinco continentes diferentes. A medida é vista com bons olhos pelo panorama ciclista internacional e encarado como uma prova inequívoca da vontade dos responsáveis de abrir horizontes ao desporto feminino num país onde as clivagens de género são ainda bastante vingadas.

Segundo Christian Prudhomme, director do Tour, "este é um verdadeiro gesto político". Já o xeique Khalid Bin Ali Abdulla Al Thani referiu, durante a apresentação da prova realizada hoje em Paris, que "é preciso dar lugar às mulheres" e que a iniciativa pretende "desenvolver o desporto feminino no Qatar, pouco a pouco".

Contudo, apesar do "verdadeiro impulso", nas palavras do presidente da federação qatari de ciclismo, a prova não contará com qualquer concorrente qatari ou da área do Golfo.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

A energia dos crocodilos

Na última madrugada, os Florida Gators (uma das equipas com maior sucesso dos últimos anos) conquistaram o título mais ambicionado do futebol americano. Na final contra os Oklahoma Sooners, a equipa liderada por Tim Tebow, um dos quarterbacks mais promissores do College Football, levou a melhor (24-14), numa partida marcada por uma exibição sólida e cheia de energia.

No entanto, este texto nada tem a ver com a vitória de ontem. Alías... do que já foi escrito, interessa-nos apenas a equipa, os Florida Gators, e a energia. Fica-nos a faltar apenas um ingrediente, que será a pedra de toque deste texto... a bebida energética Gatorade.

Para alguns, a história não será desconhecida. Outros há que já desconfiam do que estará explicada nas próximas linhas. Levantemos então o véu para explicar como surgiu a Gatorade, uma das bebidas energéticas mais famosas a nível mundial.

Decorria o ano de 1965 e o treinador de futebol americano dos Florida Gators, Ray Graves, estava irritado com a resistência e capacidade física dos seus jogadores. Para resolver o problema, pediu ajuda ao médico da equipa, que fazia parte da equipa de investigação da Universidade da Flórida, juntamente com Robert Cade, Dana Shires, Harry James Free e Alejandro de Quesada.

A solução encontrada foi criar uma bebida à base de água, que continha ainda sódio, açúcar, potássio, fosfato e sumo de limão. Em homenagem à quem a tinha pedido, a bebida ficou conhecida como Gatorade. Bonito, não? Talvez, mas a história não fica por aqui.

Dois anos depois, em 1967, os Florida Gators venceram os Georgia Tech Yellow Jackets na final da Orange Bowl, uma das finais mais importantes do futebol americano universitário. A bebida, conhecida pelos adversários, tornou-se um fenómeno e serviu mesmo de desculpa para o treinador dos Yellow Jackets, Bud Carson. "Por que é que perdemos? Não tínhamos Gatorade. Isso fez toda a diferença", explicou.

Assistia-se à criação de um mito.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

O Tavares do gelo

Logo nos primeiros dias deste espaço, foi dada a conhecer a situação de vários jogadores do desporto profissional norte-americano com sangue português. Menos de dois meses depois, chega mais uma notícia que dá a entender que esta "fonte" está em renovação e não parece secar.

Falamos de John Tavares. Desconhecido pela esmagadora maioria dos portugueses, este luso-canadiano esteve em absoluto destaque nos últimos dias, que culminaram com a conquista do título de melhor jogador do campeonato do Mundo sub'20 em hóquei em gelo, que se realizou no Canadá.

Além de ser considerado o MVP do torneio, Tavares figurou ainda, naturalmente, como o melhor avançado da prova e no seis inicial. A nível colectivo, John Tavares conquistou o Mundial, com uma tranquila vitória do Canadá sobre a Suécia por 5-1 na final disputada em Ottawa.

Estatisticamente falando, Tavares realizou seis jogos e terminou, igualado com o russo Nikita Filatov, no topo da lista de melhores marcadores (oito golos). Os números de Tavares registam ainda sete assistências, o que lhe deram um total de 15 pontos, apenas atrás do colega de equipa Cody Hodgson, que fez 16 pontos, fruto de cinco golos e 11 assistências.

Num outro nível, Tavares está prestes a conseguir um dos momentos mais altos da carreira, já que é apontado como um dos mais fortes candidatos a ocupar o primeiro lugar do draft da NHL em 2009. Com uma enorme veia goleadora, John Tavares é visto pelos críticos como uma "star to be" do principal campeonato da modalidade do Mundo.

Na sua definição enquanto jogador, é caracterizado como grande tecnicista, boa capacidade defensiva e com uma excelente capacidade de resposta a jogar sob pressão. As estatísticas disponíveis revelam que em 2004/2005 actuou nos Milton Icehawks, onde registou 11 golos e 12 assistências em 16 jogos.

Desde aí tem jogado nos Oshawa Generals, tendo realizado uma época espectacular a todos os níveis em 2006/2007. Em 67 partidas, conseguiu uma média de golos superior a um golo por jogo (72) e 62 assistências. Na época passada desceu um pouco de produção goleadora (40 golos), mas fez mais assistências (78) do que na época anterior.

Neste ano, até ao momento, regista 25 golos e 27 assistências em 31 jogos. De referir ainda que a marca de 2006/07, os 72 golos, representa um novo máximo em jogadores canadianos com 16 anos, superando o antigo recorde de um jogador que dispensa apresentações: Wayne Gretzky.